segunda-feira, 30 de abril de 2012

No tempo da minha infância

No tempo da minha infância
Nossa vida era normal
Nunca me foi proibido
Comer muito açúcar ou sal

Hoje tudo é diferente
Sempre alguém ensina a gente
Que comer tudo faz mal

Bebi leite ao natural
Da minha vaca Quitéria
E nunca fiquei de cama
Com uma doença séria
As crianças de
hoje em dia
Não bebem como eu bebia
Pra não pegar bactéria

Eu comi ovo à vontade
Sem
ter contra indicação
Pois o tal colesterol
Pra mim nunca foi vilão

Hoje a vida é uma loucura
Dizem que qualquer gordura
Nos mata do coração

No meu tempo de criança
Por
ter sido reprovado
Ninguém ia ao psicólogo
Nem se ficava frustrado
Quando isso acontecia
A gente só repetia
Até que fosse aprovado

Não tinha superdotado
Nem a tal dislexia
E a hiperatividade
É coisa que não se via
Falta de concentração
Se curava com carão

E disso ninguém morria
Fui feliz a vida inteira
Sem usar um celular
De manhã ia pra aula
Mas voltava pra almoçar
Mamãe não se preocupava
Pois sabia que eu chegava
Sem precisar avisar

Comecei a trabalhar
Com oito anos de idade
Pois o meu pai me mostrava
Que pra
ter dignidade
O trabalho era importante
Pra não me ver adiante
Ir pra marginalidade

A vida era bem mais mansa,
Com um pouco de insensatez.
Eu me lembro com detalhes
De tudo que a gente fez,
Por isso tenho saudade
E
hoje sinto vontade
De ser criança outra vez...

                                                                         Autor Desconhecido

Um comentário:

  1. Prezados redatores do blog do CENTEC, esse texto não é de autor desconhecido. Ele é de minha autoria e vocês podem conferir a veracidade na minha página no Blog RECANTO DAS LETRAS (www.recantodasletras.com.br) e no Blog Jornal da Besta Fubana (www.luizberto.com), no qual assino a coluna COLCHA DE RETALHOS. Esse é um Cordel de minha autoria e eu o declama no CD CAUSOS E CORDÉIS, que lancei em 2010, em parceria com o poeta Felipe Júnior. Esse poema também está incluído no livro UMA COLCHA, CEM RETALHOS, que lancei em 2011, pela Companhia Editora de Pernambuco - CEPE, com ISBN 978-85-912031-0-9, CDU 869.0(81)-82 e CDD B869.8. Além disso, já existem publicações desse poema, com os créditos do autor, em centenas de blogs no Brasil afora. Procurem no Google. Obrigado pela divulgação e podem continuar divulgando, desde que deem os créditos do autor. Abraços a todos do CENTEC.

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